Espírito Santo criou 4.754 novos empregos formais em fevereiro de 2024

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, na quarta-feira (27/03/2024), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de fevereiro de 2024.

PUBLICADO EM 28 Mar 2024

Os dados do Novo Caged referentes a fevereiro de 2024 mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a abertura de 4.754 novas vagas no período. O resultado decorre da diferença entre as 45.858 admissões e os 41.104 desligamentos.

Dentre os grandes setores da economia capixaba, destacaram-se na geração de empregos: os Serviços (+4.348), a Indústria (+881) e a Agropecuária (+158). Apenas o Comércio (-633) computou saldo negativo em fevereiro, continuando o movimento sazonal característico do período inicial do ano. Com os dados de fevereiro, o estado computou um estoque de 882.352 trabalhadores formais em 2024.

Com o resultado positivo de fevereiro, o desempenho do mercado de trabalho formal capixaba posicionou o Espírito Santo na 13ª colocação entre os estados brasileiros na geração de novas vagas no mês. São Paulo (+101,2 mil), Minas Gerais (+36,0 mil) e Paraná (+33,0 mil) foram os primeiros colocados no ranking. Já na outra extremidade, Paraíba (-9), Maranhão (-1.220) e Alagoas (-2.886) foram os estados com os menores saldos líquidos no mês.

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 306,1 mil postos formais em fevereiro, fazendo com que o estoque de empregos formais no Brasil atingisse a marca de 46,0 milhões de trabalhadores em 2024.

 

Resultados setoriais

As vagas criadas no Espírito Santo em fevereiro de 2024 originaram-se do saldo positivo nos Serviços (+4.348), na Indústria (+881) e na Agropecuária (+158). Apenas o Comércio (-633) computou saldo negativo em fevereiro, continuando o movimento sazonal característico do período inicial do ano.

 O setor de Serviços (+4.348) liderou a criação de novas vagas com carteira assinada no Espírito Santo em fevereiro. O setor foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+1.793) e transporte, armazenagem e correio (+1.386). No primeiro segmento, os serviços de educação (+1.142) foram o destaque na criação de novas vagas, movimento que reflete o período de recomeço do ano letivo nas escolas e faculdades. Já no segundo, destacaram-se os transportes terrestres, com 1.390 novos empregos formais criados no período.

A Indústria[1] (+881) foi o segundo maior setor na ampliação de postos formais em fevereiro, impulsionada pela construção (+599) e pela indústria de transformação (+278). No primeiro segmento, destacaram-se os serviços especializados para construção, com a criação de 314 novos empregos formais e as obras de infraestrutura, com geração de 233 postos formais de trabalho. Já na indústria de transformação, a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+225) e a fabricação de produtos de minerais não-metálicos (+104) foram os destaques positivos no mês de fevereiro.

O setor da Agropecuária (+158) foi impactado positivamente pela produção de lavouras permanentes (+160), onde se destacou o cultivo de café – principal atividade agrícola do estado –, que registrou a criação de 179 empregos formais no segundo mês do ano.

Por fim, o Comércio (-633) apresentou saldo negativo de postos formais pelo segundo mês consecutivo. O setor foi impactado negativamente pelo comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios (-387) e pelo comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (-276). Vale mencionar que o saldo negativo do Comércio possui caráter sazonal característico do período inicial do ano, tendo em vista a ocorrência de demissões de parcela significativa dos trabalhadores contratados ao final do ano anterior, onde as vendas do setor aceleram.

 

Municípios do ES

A análise municipal revelou um saldo positivo de postos formais em 63 dos 78 municípios capixabas em fevereiro. Os municípios com maior geração de empregos foram: Vila Velha (+1.117), Serra (+714) e Vitória (+645). Por outro lado, Pinheiros (-14), Anchieta (-15) e Mimoso do Sul (-19) registraram as maiores reduções de empregos formais.

Pela ótica dos municípios com os maiores resultados positivos, Vila Velha (+1.021), Serra (+672) e Vitória (+719) foram impulsionados pelo setor de Serviços. Já entre os municípios com as maiores retrações, Pinheiros (-13) e Anchieta (-24) sofreram maior impacto dos Serviços, enquanto que em Mimoso do Sul (-7) o Comércio liderou as perdas.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.

 

 

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as dev

 


[1] Compreende os segmentos da Indústria geral (indústria de transformação, extrativa e SIUP) e da Construção.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Francisco Brunoro Jr.

Economista e Mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios. Possui interesse nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), Desenvolvimento Regional e Economia Comportamental.