Espírito Santo abre 3.560 vagas com carteira assinada em fevereiro

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou, na quarta-feira (29/03/2023), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de fevereiro de 2023.

PUBLICADO EM 29 Mar 2023

Os dados do Novo Caged para o Espírito Santo mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a abertura de 3.560 vagas em fevereiro de 2023, resultado da diferença entre 39.202 admitidos e 35.642 desligados.

Com este resultado, houve uma criação de 5.137 novos empregos celetistas nos dois primeiros meses de 2023. No mesmo período de 2022, o estado havia registrado um saldo de 10.752 postos de trabalho.

O estoque de postos formais no estado totalizou 821.695 vínculos ativos em fevereiro de 2023, o que representa uma ampliação de 0,44% frente a dezembro de 2022.

No Brasil, o saldo também foi positivo e ficou em 241.785 novas vagas celetistas em fevereiro. Esse resultado decorreu da diferença entre 1.949.844 admissões e 1.708.059 desligamentos. No segundo mês do ano, todas as 27 unidades da federação registraram saldos positivos. Os estados com os maiores números de vagas criadas no mês foram São Paulo (+65.356), Minas Gerais (+26.983) e Paraná (+24.081).

No acumulado de janeiro e fevereiro de 2023, o mercado de trabalho no país abriu 326.356 novas vagas. Esse resultado foi inferior ao registrado no ano anterior, quando houve abertura líquida de 520.549 novas vagas.

Já o estoque em fevereiro de 2023 contabilizou 42.770.781 vínculos ativos no país, o que representa uma variação de +0,77% em relação ao estoque do mês de dezembro de 2022.

 

Análise setorial

Assim como ocorreu no mês anterior, em fevereiro de 2023, quatro dos cinco grandes setores de atividade econômica registraram abertura líquida de postos formais no Espírito Santo. Houve saldo positivo em: serviços (+2.747); construção (+751); indústria (+356) e agropecuária (+136). No entanto, houve fechamento líquido de vagas no comércio capixaba em fevereiro (-430).

O setor de serviços foi o responsável pela maior criação de empregos formais no mês, puxado pela atividade de administração pública, defesa e seguridade social (+1.789). Já a abertura de novas vagas no setor da construção foi influenciada pelas Obras de Infraestrutura (+659).

Na indústria, os destaques foram as indústrias extrativa (+184) e de transformação (+184). Nesta última, as atividades de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+280), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (+69) e metalurgia (+44) foram as que mais contribuíram positivamente para o resultado da indústria de transformação em fevereiro de 2023. Por outro lado, entre as atividades que encerraram vagas, os saldos negativos foram observados em confecção de artigos do vestuário e acessórios (-91), fabricação de maquinas e equipamentos (-70) e fabricação de produtos têxtis (-52).

No acumulado de janeiro e fevereiro de 2023, o setor de serviços foi o que mais criou empregos formais (+3.568), seguido pela construção (+1.933), indústria (+857) e agropecuária (+180). O comercio capixaba fechou -1.401 postos formais de trabalho no período.

 

Municípios do ES

Na análise dos municípios capixabas, os cinco que mais apresentaram saldo positivo de empregos formais em fevereiro foram os municípios de Vila Velha (+828), Barra de São Francisco (+434), Vitória (+370), Itapemirim (+277) e Colatina (+230).

Os setores predominantes nestes municípios foram:

  • Serviços em Vila Velha, com destaque para atividades administrativas e serviços complementares (+613); 

  • Serviços em Barra de São Francisco, puxado pela atividade de administração pública, defesa e seguridade social (+429);

  • Serviços em Vitória, com maior saldo observado na educação (+163);

  • Comércio em Itapemirim, com destaque para o comércio atacadista (+310);

  • Serviços em Colatina, puxado pela abertura de novas vagas no ramo de transporte, armazenagem e correio (+199).

 

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Marcos Morais

Graduado em Ciências Econômicas pela UFRRJ e mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório da Indústria. Possui interesse na área de finanças públicas e temas conjunturais.