No 1º semestre de 2023, Espírito Santo cria 29,8 mil empregos com carteira assinada

Os dados do Novo Caged referentes a junho mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou abertura a de 636 novas vagas. O resultado decorre da diferença entre os admitidos, que somaram 42.581, e os desligados, que totalizaram 41.945. O desempenho de junho foi o menor do ano, motivado, sobretudo, pelo saldo negativo da Agropecuária, tendo em vista os desligamentos após o período colheita do café no mês de maio. Apesar do fraco resultado de junho, o Espírito Santo acumulou 29.791 postos formais de trabalho no primeiro semestre de 2023.

As novas vagas no mês de junho representam uma ampliação de 0,08% no estoque de postos formais em relação a maio. Em relação a dezembro de 2022, o Espírito Santo ampliou seu estoque em 3,65%, sendo esta a maior variação entre os estados da região Sudeste, e a sétima maior entre os estados brasileiros.

Apesar do saldo positivo, o fraco desempenho do mercado de trabalho capixaba em junho posicionou o estado entre os seis últimos estados brasileiros na geração de novas vagas, ficando à frente apenas de Sergipe (+632), Amapá (+501), Roraima (-121), Rio Grande do Sul (-211) e Paraíba (-223). As maiores aberturas de vagas foram observadas em São Paulo (+36.418) e Minas Gerais (+25.537).

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 157.198 postos formais em junho. No acumulado de 2023, houve abertura de 1.023.540 postos no país. Com as novas vagas, o estoque de empregos formais no Brasil atingiu 43,5 milhões, 2,41% a mais que o registrado ao final de 2022.

 

Resultados setoriais

As vagas criadas no Espírito Santo em junho originaram-se do saldo positivo em quatro dos cinco grandes setores: serviços (+2.043), comércio (+936), construção (+797) e indústria (+765). Contudo, o setor da agropecuária impactou fortemente o resultado capixaba, ao registrar saldo negativo de 3.905 empregos formais.

A queda observada no setor da agropecuária capixaba em junho decorre, principalmente, do cultivo de café (-3.421), principal atividade agrícola do Espírito Santo. Contudo, o resultado negativo já era aguardado, tendo em vista o fim do período de colheita do grão em maio, quando a atividade impulsionou a criação de 5.223 novos postos formais.

O setor de serviços foi impulsionado pelas atividades administrativas e serviços complementares (+513) e pelas atividades de atenção à saúde humana (+424). Para o saldo do comércio, o comércio atacadista de produtos alimentícios contribuiu com 294 vagas, enquanto o comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 144 postos.

O setor industrial foi fortemente influenciado pela indústria da transformação, que criou 581 empregos formais em junho, com mais de 100 postos criados em: 

• Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+299);
• Fabricação de produtos alimentícios (+120);
• Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais (+107).

Já a indústria da construção teve seu resultado maioritariamente influenciado pelas obras de infraestrutura (+368).

Municípios do ES

A análise municipal revelou um saldo positivo de postos formais em 42 dos 78 municípios capixabas em junho de 2023. No mês, os municípios com maior geração de empregos foram: Vitória (+1.069), Serra (+758) e Vila Velha (+633). Por outro lado, Sooretama (-1.022), Jaguaré (-903) e Vila Valério (-679) registraram as maiores retrações no quantitativo mensal de empregos formais.

Pela ótica dos municípios com os maiores resultados positivos, Vitória e Vila Velha foram impulsionados pelo setor de serviços (+556 e +534, respectivamente), enquanto em Serra destacou-se o comércio (+407). Já os municípios com as maiores retrações, Sooretama (-1.032) Jaguaré (-934) e Vila Valério (-678) foram influenciados pela queda na agropecuária.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.

 

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.