A 1ª edição do BIC do ano analisa os principais indicadores da indústria capixaba no acumulado do ano até novembro de 2023

PUBLICADO EM 06 Fev 2024

No período de janeiro a novembro de 2023, a produção física da indústria do Espírito Santo cresceu 9,4%, patamar acima da média nacional (+0,1%). Esse resultado foi o 2º maior entre os estados pesquisados e foi influenciado pelo aumento de 18,9% da indústria extrativa, influenciada, principalmente, pelo aumento da produção de petróleo e gás natural (P&G).

Já a indústria de transformação capixaba recuou 4,9% no período, explicada, entre outros motivos, pelas quedas de atividades cujas vendas externas possuem relevância pra o desempenho do setor, como a metalurgia (-5,7%) e a fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-13,6%).

As exportações do setor industrial capixaba somaram US$ 7,6 bilhões no período, que refletiu em uma queda de 0,8% em relação ao registrado no mesmo período de 2022. Apesar desse recuo, houve aumento de 23,8% da quantidade enviada ao exterior pelo setor industrial capixaba.

Entre os destaques positivos do comércio exterior da indústria estão as vendas externas das atividades de extração de minerais metálicos, cujo principal produto exportado pelo Espírito Santo é o minério de ferro pelotizado, e de produtos de papel e celulose. A atividade de extração de minerais metálicos exportou o equivalente a US$ 2,6 bilhões no período, valor 4,7% acima do exportado nos mesmos meses de 2022. Já as exportações de fabricação de papel e celulose somaram US$ 704,5 milhões até novembro, crescimento de 6,8% em relação a 2022.

Do lado das quedas, 3 das 5 maiores atividades exportadoras do estado apresentaram variações negativas: metalurgia (-11,4%), fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-15,1%) e extração de petróleo e gás natural (-27,7%). Especificamente sobre o recuo nas vendas externas de petróleo, esse pode ser explicado pela queda acumulada no ano do preço internacional da commodity.

No acumulado do ano até novembro, os preços internacionais do petróleo Brent e WTI assinalaram recuos de 19,0% e 17,5% respectivamente.

No mercado de trabalho, a indústria foi destaque na geração de novos empregos na economia formal do estado, com cerca de 13,8 mil novos postos formais de trabalho. A indústria geral e a indústria da construção responderam, juntas, por 33,5% das novas vagas de emprego criadas de janeiro a novembro desse ano.

O bom desempenho da produção industrial capixaba no acumulado do ano até novembro último soma ao fato de que o cenário doméstico se mostra mais favorável à indústria local, se comparado ao contexto internacional. Com isso, as perspectivas para a indústria em 2024 são positivas, em que pese algumas incertezas domesticas – como a continuidade da redução dos juros da economia brasileira – e das incertezas internacionais – como o acirramento de conflitos geopolíticos no Oriente Médio, aumentando as tensões no mercado global. A regulamentação da Reforma Tributária, e o anúncio do programa Nova Indústria Brasil (NIB) são pontos positivos para setor industrial para este ano.

A edição do BIC de janeiro dedicou um box especificamente sobre a nova política industrial do país. Em resumo, o Governo Federal anunciou, em janeiro, o programa Nova Indústria Brasil que guiará o setor até 2033. O governo destinará R$ 300 bilhões para o financiamento da neoindustrialização do país até 2026, oriundos de diferentes fontes, tais como linhas as específicas de financiamento e os recursos por meio de mercado de capitais)

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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Marcos Morais

Graduado em Ciências Econômicas pela UFRRJ e mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório da Indústria. Possui interesse na área de finanças públicas e temas conjunturais.