Falta ou alto custo da matéria-prima foi o principal problema enfrentado pela indústria capixaba no 3º trimestre de 2021

PUBLICADO EM 27 Out 2021

ANÁLISE TRIMESTRAL

No levantamento trimestral realizado pela Sondagem Industrial, a falta ou alto custo da matéria-prima foi indicado como o problema que mais afetou a indústria do Espírito Santo no 3º trimestre do ano, mencionado por 58,4% dos empresários pesquisados. Esse foi o quinto trimestre consecutivo em que este problema foi assinalado por mais da metade das empresas pesquisadas, permanecendo como principal problema enfrentado. Na sequência, a elevada carga tributária (32,5%) e a falta ou alto custo do trabalhador qualificado (22,1%) foram os problemas mais relatados pelas empresas.

Ao atingir 22,1% das indústrias, a falta ou alto custo de trabalhador qualificado, que ocupava a décima posição do ranking dos principais problemas enfrentados no trimestre anterior, tornou-se o terceiro problema mais listado no 3º trimestre de 2021, indicando uma maior disseminação dessa dificuldade entre as empresas.

Seguindo na análise dos indicadores medidos trimestralmente pela Sondagem Industrial, os indicadores de satisfação com as condições financeiras cresceram moderadamente entre o 2° e o 3° trimestre de 2021. O índice de situação financeira cresceu 2,4 pontos frente ao trimestre anterior e atingiu 54,8 pontos, demonstrando que os industriais capixabas continuam satisfeitos em relação à situação financeira de suas empresas. Já o indicador de margem de lucro operacional cresceu 2,2 pontos e alcançou 50,3 pontos no 3º trimestre de 2021. Vale mencionar que o índice cruzou a linha divisória dos 50 pontos, que separa satisfação e insatisfação. Desse modo, os empresários capixabas demostraram satisfação em relação à margem de lucro operacional de suas empresas, diferentemente do resultado do trimestre anterior quando o indicador ficou em 41,3 pontos.

ANÁLISE MENSAL

A pesquisa Sondagem Industrial de setembro de 2021 mostrou bons resultados em três dos quatro indicadores acompanhados mensalmente para o Espírito Santo. Em relação ao número de empregados, o índice cresceu 3,5 pontos frente a agosto, indicando aumento no emprego ao registrar 53,7 pontos. Também houve alta nos indicadores de evolução do estoque (1,6 ponto) e de estoque efetivo em relação ao planejado (2,5 pontos), que registraram 53,0 e 52,5 pontos, respectivamente, indicando expansão destes indicadores.

Já o indicador de volume de produção recuou 0,8 ponto frente ao mês de agosto e registrou 49,8 pontos. O índice passou a indicar contração, uma vez que cruzou a linha divisória dos 50 pontos.

EXPECTATIVAS

Em setembro de 2021, quatro dos cinco indicadores de expectativas para os próximos seis meses apresentaram queda em relação a agosto. Apesar da queda, os índices se mantiveram acima da linha divisória dos 50 pontos, que divide otimismo e pessimismo.

O índice de expectativas de demanda por produto recuou 4,5 pontos e registrou 56,1 pontos. Já o índice de número de empregados também recuou, apontando 52,4 pontos. Também os indicadores de expectativas de compra de matéria-prima (54,1 pontos) e de investimentos (60,8 pontos) recuaram 3,7 e 0,5 pontos entre agosto e setembro de 2021.

Apenas o indicador de expectativa de exportação apresentou leve alta de 0,9 ponto, registrando 56,4 pontos em setembro.

O painel abaixo apresenta de maneira dinâmica os principais resultados da Sondagem Industrial e, para mais análises a respeito dos resultados, acesse aqui a nota trimestral da Sondagem Industrial.



A Sondagem Industrial é uma pesquisa de opinião, e seu objetivo é acompanhar o desempenho e as perspectivas da indústria, gerando indicadores de tendência passada e futura e de satisfação, que permite a empresários e analistas econômicos acompanhar a evolução recente da indústria.

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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Christian Kobunda

Economista graduado na (UFU) e mestre em Economia pela (UFES). Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Possui interesse em modelagem de dados em séries temporais, estudos macroeconômicos, setoriais, econômicos e industriais.