Redução de 64% nas admissões de abril influencia retração do mercado de trabalho formal capixaba

De janeiro a abril de 2020, o mercado formal capixaba registrou saldo líquido de postos formais negativo em -18.822. O resultado negativo do acumulado do ano foi influenciado pelos saldos negativos de março (-4.525) e principalmente de abril (-17.881).

Na última quinzena de março, algumas atividades de comércio e serviços foram as principais afetadas pelas medidas de distanciamento social para combate à pandemia de COVID-19. As medidas se estenderam para o mês de abril e o resultado foi a intensificação da redução de postos de trabalho neste mês. A redução do saldo de abril foi consequência do aumento de desligamentos (28.169), mas em maior medida do recuo das contratações (10.288). Enquanto os desligamentos cresceram 11% na comparação com o mesmo mês de 2019, as admissões recuaram 64%. Já no acumulado do ano, a redução de 18.822 postos formais foi resultado de 94.120 admitidos ante 112.942 desligados, influenciado também pela redução mais intensa nas novas contratações (-20,9%) do que aumento dos desligamentos (+3,4%), quando comparado com igual período de 2019.

Dos 78 municípios do estado, 74% registraram redução do estoque de postos formais de janeiro a abril de 2020. 

Entre os municípios com mais de 30 mil habitantes, a maior redução no total de postos formais registrados entre janeiro e abril de 2020 foi verificada em Marataízes (-8,19%) e Guarapari (-8,01%). Ambos os municípios, com vocação em atividades de turismo, tiveram forte recuo no setor de serviços, especificamente em atividades de alojamento e alimentação com redução de 163 postos formais em Marataízes e 399 em Guarapari, nesta atividade.

Resultados setoriais

Para o estado, a movimentação setorial do mercado de trabalho formal de janeiro a abril de 2020 evidencia que o setor de comércio foi o que mais reduziu postos (-8.154), seguido pelo setor de serviços (-8.001) e pela indústria (-2.910), apenas o setor agropecuário ampliou postos celetistas no período (+355).

No setor de serviços a atividade com maior retração de vagas com carteira de trabalho foi de alojamento e alimentação (-4.189), atividade bastante afetada pelas medidas de distanciamento social para controle da pandemia de COVID-19 - assim como o comércio, seguido pela retração em atividades transporte, armazenagem e correios (-2.455) e atividades  de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-1.718).

Mais informações sobre o desempenho setorial do mercado de trabalho formal dos municípios, podem ser verificadas na Nota Conjuntural do CAGED.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Suiani Febroni

Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.