Indústria do petróleo tem redução de empregos em 2017, mas segue pagando altas remunerações no ES

A atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural contribui, de forma geral, para o desenvolvimento socioeconômico da região e, em particular, para o crescimento e melhoria do mercado de trabalho. Esse setor é dividido em três atividades da produção:  (I) exploração e produção (E&P);  (II) abastecimento; e (III) cadeia fornecedora, como apresentado na figura ao lado.


Entre 2016 e 2017, os empregos do setor de P&G recuaram em 8,4%. A maior queda foi observada no elo de E&P (-12,7%), seguido pelo da cadeia fornecedora (-3,2%) e pelo de abastecimento (-1,4%). O mercado de trabalho do setor de P&G no Espírito Santo cresceu, em média, 3,9% a.a. entre 2007 e 2017. No mesmo período, o elo de E&P cresceu 0,9% a.a., o de abastecimento 1,5% a.a. e o da cadeia fornecedora ampliou em 25,3% a.a.. Esse crescimento expressivo do elo da cadeia fornecedora ocorreu, principalmente, devido à instalação de uma grande indústria do setor de construção de embarcações e estruturas flutuantes no município de Aracruz, no ano de 2014.



Ao analisar o perfil dos trabalhadores da cadeia produtiva de petróleo e gás do Espírito Santo, observa-se que no ano de 2017 houve uma concentração de trabalhadores na produção de bens e serviços industriais (1.554). A ocupação que mais empregou nesse ano foi a de operador de filtragem e separação (405), correspondendo a 81,7% do total desta ocupação na indústria geral capixaba. Além disso, a cadeia de P&G empregou 83,8% dos engenheiros químicos da indústria do ES e 41,0% dos engenheiros mecânicos.  

A maior parte dos trabalhadores da cadeia de P&G capixaba está na faixa etária de 30 a 49 anos (1.911), e quase metade dos funcionários (1.964) da cadeia possui nível superior completo, seguida pelos de nível médio completo (1.811). 

Em 2017, a remuneração média na cadeia produtiva de P&G no Espírito Santo foi de R$ 11.124,42, enquanto no Brasil foi de R$ 10.211,20. Estes valores foram bem superiores à remuneração média da indústria capixaba (R$ 2.502,37) e da indústria nacional (R$ 2.644,06). Assim, o incentivo à indústria do petróleo faria com que ela aumentasse a participação no emprego total, aumentando a remuneração média do trabalho e a renda média do estado. 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Nathan Diirr

Graduado em economia pela UFES, mestrando em economia pela mesma universidade. Atua como analista de estudos e pesquisas sênior na Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios. Possui interesses nas áreas de regulação, petróleo e gás natural, infraestrutura e ambiente de negócios.