Baixo desempenho da economia brasileira no 1º trimestre de 2019 resulta em queda no PIB

O cenário brasileiro no primeiro trimestre de 2019 mostrou que os indicadores econômicos estão em desaceleração, resultando em fraco desempenho do PIB. Neste período, a indústria caiu -2,2% e os serviços cresceram 1,1% enquanto o varejo aumentou apenas 0,3%, na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior, de acordo com os dados do IBGE

Influenciaram negativamente a atividade econômica nos primeiros três meses do ano o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), a crise cambial da Argentina, que limitou a exportação de automóveis, e o atraso para tramitação da reforma da Previdência.

Estes fatores induziram revisões substantivas nas projeções para o crescimento do PIB deste ano, de acordo com a Pesquisa Focus, do Banco Central. Essas revisões refletem um primeiro trimestre aquém do esperado.

Os analistas das instituições financeiras baixaram, pela 13ª vez seguida, a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2019. As previsões caíram de 1,24% para 1,23% na pesquisa semanal Focus, divulgada pelo Banco Central no último dia 27. O início das revisões para baixo nas expectativas de crescimento do PIB deste ano se deu em fevereiro, após a divulgação do PIB de 2018 – quando a economia avançou apenas 1,1%.

O resultado divulgado pelo IBGE no dia 30 confirmou queda de -0,2% no PIB brasileiro nos primeiros três meses do ano, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Foi a primeira queda depois de oito trimestres nessa base de comparação. Em relação ao primeiro trimestre de 2018, houve alta de 0,5%.

Além do resultado trimestral do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também indicava o viés de baixa na economia nacional. No primeiro trimestre de 2019, o nível atividade econômica do Brasil retraiu -0,68% na comparação com os três meses antecedentes e cresceu apenas 0,23%, na comparação com janeiro a março de 2018, de acordo com os dados divulgados pelo BC no último dia 15.

O desempenho recente da atividade econômica levou o Banco Central a manter a Selic em 6,5% ao ano, uma vez que os resultados do primeiro trimestre indicavam que o arrefecimento observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019.

Este cenário indica a letargia da economia brasileira, que há mais de dois anos tenta, sem sucesso, engatar uma recuperação. Somado a este fator, há questões estruturais que travam a economia, como o investimento muito baixo e o nível de endividamento mais elevado das famílias.

Dessa forma, e em meio aos sucessivos cortes na projeção do PIB deste ano, o Ministério da Economia divulgou, no último dia 23, que prepara o lançamento de medidas para tentar aquecer a atividade econômica no país. Dentre as ações, estão iniciativas voltadas ao mercado de capitais, a facilitação de crédito e, segundo o secretário especial de Fazenda Waldery Rodrigues, a liberação de R$ 22 bilhões do PIS/Pasep para a população.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Mayara Bertolani

Mestre em Economia (UFES). Atua como Coordenadora de Projetos e Operações. Tem experiência na gestão de projetos, em estudos econômicos, indicadores de ambiente de negócios e desenvolvimento regional.