Governo do Estado arrecada montante previsto para o primeiro trimestre de 2019

Ao final do terceiro trimestre de 2019 as finanças públicas capixabas seguem apresentando expansão na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A receita total do Governo do Estado registrou o montante de R$ 4,39 bilhões, acima dos R$ 4,00 bilhões arrecadados no primeiro trimestre de 2018. Essa diferença, de R$ 386 milhões, representa um aumento de 9,7% nas receitas, já descontados os efeitos da inflação.

No tocante às despesas do governo estadual, os três primeiros meses deste ano somaram um gasto de R$ 3,04 bilhões, acima dos R$ 2,96 bilhões de 2018. O aumento de R$ 76 milhões nos dispêndios representa evolução percentual de 2,6%, abaixo, portanto, do crescimento das receitas no mesmo período.

Outro ponto importante a ser observado é que os três primeiros meses representam um quarto, ou 25%, do total de 12 meses do ano. Se observarmos o percentual realizado no trimestre em comparação ao total previsto para 2019 na Lei Orçamentária Anual, é possível perceber que as receitas alcançaram proporção de 24,8%, enquanto as despesas estiveram em níveis mais baixos, totalizando 18,0% do orçado.

Como mostra o gráfico acima, na comparação com o ano anterior houve leve alta no percentual de realização das receitas e leve baixa no percentual de realização das despesas. Estas últimas, por sua vez, tem a característica de concentrar maiores volumes no final dos exercícios, o que explica o certo nível de descompasso entre o percentual efetivamente gasto e a proporção de tempo já discorrido no ano.

Os investimentos públicos, importante despesa de capital realizada pelos governos, reduziram em -6,1% na comparação entre o primeiro trimestre de 2018 e de 2019.

Os investimentos realizados pelo Governo do Estado até março somaram R$ 58 milhões, como mostra o gráfico ao lado. Esse montante liquidado, quando comparado aos valores orçados para o ano, representa apenas 4,2% do total previsto para a conta de investimentos.

A análise do primeiro trimestre do ano mostrou que as contas públicas estaduais seguem em situação favorável, com crescimento das receitas acima do das despesas, moderado crescimento nos gastos totais com pessoal (em que pese a pressão exercida pelas aposentadorias e pensões), mas ainda com níveis mais baixos de investimentos públicos realizados.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Rodrigo Taveira

Economista (UFES) e Mestre em Administração Pública e Governo (FGV-SP). Atua como Analista de Estudos e Pesquisa Sênior na Gerência de Estudos Econômicos, com foco em estudos sobre conjuntura econômica, finanças públicas e crédito.